domingo, 22 de maio de 2011

O jogo: amor

Você era uma criança feliz com doces e videogames, daí você cresce e entra na puberdade, então você começa a ver as pessoas de outra maneira. No meu caso, os meninos não eram mais apenas meninos, eles tinham algo que eu queria neles, aquilo que eu via na tv, nos filmes, e mesmo que fosse uma mulher no lugar do homem e que eu por homem não devia estar com outro homem, eu queria, e muito. Aquela coisa de beijar e dizer coisas bonitas começava a fazer sentido, eu estava sentindo atração por outras coisas além de doces de videogames, queria outra pessoa, queria alguém pra mim. Só que conseguir alguém não é tão fácil como comprar um jogo de videogame, e além disso, quando você consegue e não sabe lidar, você vicia doentemente ou enjoa, quando não dá certo você sofre mais do que quando tem um game over. Nos relacionamentos você perde mais que ganha, mas aprende pra que na próxima você não perca tão facilmente, ou quem sabe, ganhe de vez. Ganhar de vez agora, ao invés de derrotar o grande chefão e conseguir a paz ou aquele grande tesouro que motivou todo o conflito, é encontrar quem você quer ao seu lado na vida, muito mais que simplesmente amante, um amigo pro coração e pra tudo, pois você não precisa encarar mais as coisas sozinho.

Então você vai pra luta. Aparecem os campos de batalha, que chamamos de balada, onde existe todo um ambiente feito para impulsionar pessoas para o ataque. E fora dos campos, no cotidiano mesmo, você está vulnerável, pois mesmo sem um ambiente propício, aparecem pessoas interessantes e que mexem com você, e como na balada, no cotidiano as pessoas também demonstram suas armas, afinal, ninguém sai de casa sem dar uma arrumadinha, sem querer passar uma boa imagem, né. E vem a questão de "dar em cima" que pra mim é algo difícil, pra outros é fácil, mas acredito que seja relativo, pois se alguém mexe muito mesmo, até os tímidos tentam algo pra demonstrar interesse, mesmo que seja mandar um amigo falar com a pessoa (rs).

O guia de jogar amor:
Você faz involuntariamente o primeiro passo: atração. A pessoa então chega, ou você chega na pessoa, enfim, você tem o momento com ela, nisso ambos se introduzem, falam da vida, de assuntos que consideram interessantes, demonstram o que gostam, o que não gostam, etc. O segundo passo então foi feito, que é conhecer melhor, ver se a pessoa é alguém que vale a pena para algo além do terceiro, um passo tão importante quanto ao segundo que é o beijo, o ato de experimentar fisicamente, de uma maneira introdutória, claro, até porque o experimentar ao todo seria o sexo, e que se vocês estiverem com vontade podem também, mas enfim, você vê se além da sintonia de conversa, também tem física. Então chega o quarto passo, os dias ou meses de se conhecer melhor, esse é o tempo da "ficada" que é quase o quinto passo, o namoro, só que na ficada você fica conhecendo alguém mas ainda está disponível no mercado. Então se o quarto passo é bem feito, o quinto, que ja foi citado, é proposto, e se os dois lados querem, acontece. No namoro, você se compromete em "ter" a pessoa pra você e introduzí-la de maneira mais profunda (heh) na sua vida e quem sabe, você finalmente "ganha" o jogo, né. Podemos dizer que encerra aqui os passos, casamento e etc é consequência, são só cerimônias pra comprovação mesmo.

E tá, pra que tantos passos? E por que tem que existir uma ordem neles? E tem que existir regra de quem liga primeiro? Por que não se pode fazer sexo no primeiro encontro? Jogo esse e qualquer outro guia de amor no lixo, pois complicamos muito as coisas pra algo que é apenas ficar junto. E não devemos nos prender em regras, pelo contrário, elas devem ser apenas referência, pois relacionamentos e pessoas são coisas completamente relativas, cada um é um, e vamos parar de achar que sair do convencional não é aceitável, podemos ter relacionamentos abertos, amizades coloridas e as outras diversas maneiras de estar com alguém, ou alguéns. E não tem que ter jogo, nem tem que ganhar nada, tem é que viver o momento, as pessoas, e não se apegar, pois o apego é se prender em algo, e olha, ninguém é dono de ninguém. Então eu digo e afirmo: vamos quebrar o jogo do amor, vamos parar de botar expectativas, parar de criar ilusões. Vamos viver, vamos deixar rolar.




4 comentários:

  1. Véi, eu acho que eu sou a hater n°1 de lovegames. eu não tenho vergonha de assumir que quando tô afim de um cara eu dou sim o primeiro passo, não tenho vergonha de falar quando tô apaixonada, prefiro tentar essas coisas que são "feias" de uma garota fazer do que ficar arrependida por nem ter tentado. Acho que cada relacionamento é único, como vc disse. Tem gente que se conhece e 3 dias depois tá namorando e outros que ficam 1 ano enrolados e nada, e não é por isso que uma relação deve ser desmerecida. A gente tem sim que viver as coisas intensamente e a gente devia se importar menos com as regras do jogo. Só não concordo com você na parte do "apego", porque tem um certo momento que a gente tem sim que se apegar. Claro, sem esquecer de colocar a gente mesmo em primeiro lugar.

    Curti muito o post, parabéns véi. ;*

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  2. Gogo, um RT bem grande nisso aí.
    Você disse simplesmente tudo! ;o

    Curti fudido.

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  3. Gogo acabou de falar tudo, mais tudo mesmo, que eu penso. Medon.

    Arrazou, gato.

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  4. é, fui radical com o apego e concordo contigo, Anna, tem que ter apego sim, só que por afeto, não por posse.

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