Aah, então é Natal. É a época em que todas as casas são ridiculamente decoradas com luzinhas pisca-pisca que causam mais ataques epiléticos que o choque do trovão do Pikachu. A época em que todos estão (ou fingem) estarem mais caridosos. A época em que os shoppings lotam e você tem de disputar espaço com pessoas, bolas gigantes, mais pessoas e trens que viajam em ciclos eternos. A época em que todas as crianças têm a pior desilusão da vida (depois do Coelho da Páscoa, óbvio); ficamos eternamente esperando aquela adorável criatura roliça vestida de vermelho descer pela chaminé da sua casa. Mas ele nunca vem. Porque será?
Ok, agora você deve estar pensando “Minha casa não tem chaminé”. Sim, meus amigos, essa é uma das piores desilusões da vida de nós, crianças do hemisfério sul. Nossas casas não tem chaminé. E nosso Natal não é cheio de neve onde todos fazem bonecos de neve e anjos da neve. Muito pelo contrário. Goiás pega mais fogo que o Xuxa Park. Não tem neve, e sim poeira (até porque o dia que nevar aqui será o anúncio do Apocalipse). E não estamos no inverno. E o pior de tudo. Papai Noel não virá, porque ELE NÃO TEM UMA CHAMINÉ PRA PULAR. Não é a toa que faço o mesmo pedido a 5 anos e ele nunca foi atendido. Um minuto de silêncio, por favor.
Sem hipocrisia alguma, sei que muitos apenas vêem como uma data para se ganhar presentes (eu incluso). Adoro os presentes e também as comidas da ceia. Mas...
Pra mim, o Natal perdeu seu significado. Até porque o Sr. Jesus não nasceu dia 25 de dezembro. No calendário grego, é comemorado nessa data o nascimento de Dionísio, o deus do vinho e da putaria do êxtase. Acabou virando mais uma data dionísica (assim como o seu aniversário, onde você sempre é jogado a escanteio) para reunir todos os seus parentes, para que eles encham a cara, comam feito uns condenados e, o pior: nos irritem com aquelas perguntas e afirmações maravilhosas que todos gostamos de ouvir: “Tá namorando?”, “Tá gostando do seu curso?”, “Nossa, como você cresceu!”, “O que publicidade faz mesmo? Isso dá dinheiro?”.
É nessas horas que temos de exercitar nossa paciência oriental e responder cada uma dessas perguntas com aquele sorriso no rosto. Mais paciência ainda é ter de esperar até a meia noite para finalmente poder jantar. E antes disso, ter de fazer orações e discursos intermináveis. E depois, sempre tem aquele bingo super animado com aquelas prendas de 1,99 que todos gostamos de ganhar (serei sincero, mas a única coisa que ganhei descente até hoje em um bingo foi um peito e um pênis de plástico que pulavam ¬¬).
Mas não pensem que eu sou o Grinch e que não goste do Natal. Na verdade, não tenho nada contra. Não chego a ser o primo autista que se isola no canto perdido em seus pensamentos. Muito menos a vovó empolgada que grita mais que homem em jogo de futebol de tão feliz que está de ver a família reunida (pelo menos uma vez na vida, não é, minha gentchy?). Socializar é preciso, nem que pra isso temos de engolir alguns sapos (não é mesmo, meus queridos colegas solteiros incorrigíveis que não possuem ninguém pra fazer um dueto de “Baby, It’s Cold Outside” e só ficam cantando “Last Christmas”, ou qualquer outra pessoa que faça um curso que não seja medicina, direito ou engenharia civil).
Minha descrença realmente vem com a distorção da data. Até porque virou somente uma data comercial pra vender coisas. E nem isso faz direito, porque nunca ganhamos o que a gente realmente quer. E me cansa mais ainda aquela desculpa do espírito do Natal. Não, ninguém vai te perdoar por nada só porque é Natal. Ninguém vai fazer uma caridade só porque é Natal. Isso é só invenção de filmes pra deixar o final mais bonitinho. Natal serve pra comer peru e ficar perto da família. Isso basta.
Então, já vamos nos preparar pra nos entupir de castanhas, nozes, ameixas, pêssegos, assistir aquele animado especial de Natal da Xuxa da Globo, seguido de um show com cantores do melhor tipo. Vamos nos preparar pra assistir também o Estranho Mundo de Jack no Cartoon Network, que passa religiosamente em todos os anos que eu me lembre. Pra você mais animadinho, sempre tem a exagerada graciosa interpretação do Jim Carrey como o Grinch, que com certeza estará passando em todos os canais de filme da televisão. Tire poeira daquele seu Papai Noel que toca musiquinhas de Natal e dê corda, junto com aquele LP pré-histórico de músicas natalinas do Jethro Tull.
Sim, porque é Natal, minha gente. Se você gosta dessa data, divirta-se. Se não, mostre seu lado Paola Bracho e interprete. Natal é uma vez ao ano e não adianta fazer nada para estragá-lo, porque ele sempre vem #GrinchFeelings. E não precisa ficar ao redor de uma tosca árvore de plástico e cantar músicas toscas. Basta estar junto, porque não custa nada dar aquela alegria pra família.
E você, já escreveu sua carta ao Papai Noel?
Ps: Pode não parecer, mas esses são os votos do Ohvelha Negra de um Feliz Natal!
AE AE
ResponderExcluirho ho fraggin' ho
a coisa é por aí mesmo. feliz Natal pra você e todos quefodasuafamília
Concordo com tudo, não aguento essas pessoas empolgadas com o natal, pra mim o que importa é a família e a comida gostosa, principalmente a sobremesa. Ah, e o Jack tb *-*
ResponderExcluirUriel, seulindo, adorei. hsusahasu ;*
ResponderExcluire sempre tem (para mim, ao menos)o primo gordo e feio da sua mãe que fica olhando para o seu decote dizendo que você cresceu e virou um mulherão ¬¬
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