sábado, 16 de outubro de 2010

"Vive Les Differences!"

Sim, estou revoltado. E é para isso que esse post fora da data vai servir, para que eu expresse minha humilde opinião (e dos membros deste blog) sobre um assunto que pra muitos é importante e para outros é totalmente irrelevante.

Acredito que muitos aqui já tenham visto (se não, clique aqui), pelos diversos meios de divulgação da internet, o famoso outdoor espalhado em Rio de Janeiro pelo excelentíssimo pastor Silas Malafaia. E o que mais choca: a cabeça que eu considero pequena de muitas pessoas para fazer algo daquele nível e achar que está fazendo o certo.

Já vi diversos comentários sobre essa propaganda. Como dito pela minha colega de blog Anna Clara, também lamento, de coração, quem escuta esse cara. Atitudes como a do pastor causam repulsa. Chega de intolerância nesse país. É irritante ter um estado laico que não é laico e é totalmente preso pelos apelos da igreja. Sinto que estamos de volta à Idade Média. Precisamos sempre da benção do pastor até para as coisas que o nosso “poder de livre escolha” garante (contraditório isso, não?). Deus nos deu um corpo e um livre arbítrio e não podemos fazer o que bem entender com ele? Pois bem.

Agora um ponto interessante a se tratar é o que os políticos brasileiros vêm fazendo para tornar o ato homofóbico um crime. Há algum tempo vem sendo discutido o projeto de lei conhecido como PCL 122/06, de autoria da senadora Iara Bernardi. O projeto tem como preceito incluir, na Lei 7.716/89 (lei anti-racismo), os crimes de discriminação e preconceito em razão de gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero. Com isso, permite a livre expressão afetiva (leia-se afetiva, não sexual, porque isso torna-se atentado ao pudor, sendo que qualquer cidadão, independente da orientação sexual, está submetido a ela), e a discriminação é caracterizada como crime (como, por exemplo, um casal homossexual ser expulso de uma lanchonete por estarem de mão dadas ou trocarem beijos).

É uma iniciativa importante do Congresso para evitar essa “marginalização” da população homossexual. Porém, como é impossível agradar a gregos e troianos, a lei é alvo de diversos protestos. Alguns argumentos dizem que estão colocando os indivíduos homossexuais em um patamar social mais elevado; com a aprovação da PCL 122, não poderá demiti-los sobre nenhuma circunstância. Dizem também entregar poderes ditatoriais a uma minoria. Não sejamos cabeças fechadas; um homossexual pode ser demitido sim, uma vez que seja comprovada a incompetência para realizar a sua atividade profissional. O verdadeiro crime é demiti-lo tendo como único motivo sua orientação sexual. E muito menos seremos submetidos a uma “ditadura gay”, como dizem os protestantes a lei; assim como não tivemos uma ditadura negra durante os movimentos anti-racismo ou uma ditadura feminina durante os protestos do feminismo para assegurar os direitos das mulheres na sociedade.

Se somos todos iguais perante as leis dos homens e as leis divinas, porque não podemos ser respeitados, independente das escolhas? Se Deus ama os homossexuais, mas não ama sua homossexualidade, então isso é negar uma parte da identidade do mesmo como pessoa. Não temos de dizer amém a tudo que nos é empregado, uma vez que temos senso crítico para analisar as coisas que passam a nossa frente.

É deprimente pensar que em pleno século XXI ainda temos pessoas de cabeça tão fechada a ponto de acreditar que a fuga de um padrão pré-estabelecido, seja ele qual for, é uma doença e que deve ser combatida ou então é um sinal de inferioridade.

Aos homofóbicos, apenas uma mensagem: calem-se, assim como ocorreu aos machistas, racistas e outros. Você tem o direito de pensar o que quiser, assim como todos possuem o direito de escolher o que considera melhor. Ao pastor Malafaia, espero que receba mais um cheque divino tão gordo quanto o que foi usado para pagar os outdoors, porque diversos processos contra ele virão. Cadê a veracidade do slogan “Brasil, um país de todos”? Ele ainda será. Não serão com preconceitos que tornaremos a sociedade melhor para se viver.

Reflitam.

Um protesto da Equipe do Ohvelha Negra.


Ps: Quem se interessar em ver o projeto de lei na íntegra, clique aqui.

Ps 2: Quero agradecer ao Samuel Caetano pelo excelente material que ele me forneceu para escrever esse post. Muito obrigado!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Nem por todo sorvete do mundo...

O motivo desse post-desabafo é o fato de que alguns dentes que não deveriam nem existir, acabam nascendo(algumas pessoas são assim também...), e aí precisamos, quase sempre, extraí-los da nossa vida. Estou falando dos Sisos.

Eu nunca fui do tipo de pessoa que tem pavor de dentista e que treme só de pensar no barulho daquele motorzinho, nunca! Sempre odiei oftalmologista, mas dentistas nunca me apavoraram...até hoje! Hoje me vi em desespero, incomodada, e aguardando qualquer oportunidade para sair correndo daquela sala.

Mas não foi tãoo ruim assim, descobri que sou bem forte...aguentei -não de forma tranquila e indolor- todas as injeções anestésicas, todas as puxadas que levei na bochecha, para que minha boca pudesse ficar aberta o suficiente para caber umas 3 mãos lá dentro...Sem contar o barulho de algo semelhante a uma furadeira, e de toda a pressão e força que foram feitas para tirar dentes que de tão grandes ninguém acreditou que eram meus...

Ah, desculpa, não quero deixar ninguém assustado! A quantidade de vaselina e anestesia que eles colocam em você vai fazer com que você não sinta TANTA dor assim...(pelo menos na hora da cirurgia), sem contar que é super divertido ter toda a boca anestesiada e levemente inchada, é ótimo e sedutor, todos vão entender o que você está falando e ninguém vai querer rir da sua cara, ninguém!

Tirar os sisos -principalmente os 4 de uma só vez- é simples e maravilhoso. Dura poucas horas, e resulta em horas de repouso e de comidas líquidas e geladas, em compressas de gelo, naquele gostinho de sangue na boca, e na puta dor pós efeito da anestesia...recomendo, viu? -n

Agora com licença, vou ali tomar um pote de sorvete napolitano, de novo. E só não mando beijo porque minha boca está meio imobilizada.